18 novembro 2010
O Principe, o Mestre e a Águia
O único defeito da rainha era que amava demasiadamente seu filho, Hasan, e lhe permitia fazer qualquer coisa que desejasse. E assim, apesar de ser uma boa monarca, seu filho ficava mais e mais teimoso e cheio de caprichos à medida que crescia.
Um dia a rainha chamou seu grão-vizir e lhe disse:
- Diga-me francamente o que posso fazer com meu filho.
É insolente, orgulhoso e muito difícil de controlar. Que posso fazer para corrigir os seus defeitos agora, antes que seja demasiado tarde?
O vizir respondeu:
- Coloque o príncipe aos cuidados de um mestre, e assim ele poderá adquirir sabedoria.
- Onde há um mestre que possa ajudar meu filho? – perguntou a rainha.
- Neste momento se encontra na cidade um velho homem sábio que dirige Al Azhar, a universidade do Islã. Irei falar-lhe, direi que o príncipe necessita de seu ensinamento, e talvez ele queira vir.
- Traga-o imediatamente, se puder – disse a rainha.
Então o vizir partiu, e logo retornou com o mestre, que tomou o príncipe sob os seus cuidados.
Todos os dias o ancião e o menino se sentavam para estudar e ler.
O mestre lhe contava sobre as maravilhas do mundo, da sabedoria do sagrado Corão e da ciência exata da álgebra.
Todas as semanas a rainha mandava buscar o mestre e perguntava:
- Como está progredindo meu filho?
O mestre sacudia a cabeça e se retirava.
Um dia a rainha perguntou:
- Meu filho agora está progredindo, mestre?
- Ele ainda não aprendeu que um príncipe deve ser humilde, que um rei é um servidor de seu povo e que não há poder a não ser em Deus.
- O que podemos fazer? – perguntou a rainha.
- Majestade, deixe-me levá-lo para viajar comigo – disse o mestre. – Se pudermos estar mais perto da natureza talvez isso ajude a mudar o seu caráter.
A rainha aceitou, e os dois partiram vestidos com roupas simples como as que usam os andarilhos.
No fim do primeiro dia de viagem, quando se sentaram para fazer café ao lado de um pequeno fogo, dois pássaros apareceram como o nada, pousaram sobre o alforje do ancião e começaram a gorjear.
- Faz muitos anos que aprendi a linguagem dos pássaros – disse o mestre, - mas agora me arrependo de tê-lo feito.
- Por que? – perguntou o príncipe.
A principio o mestre não queria explicar a Hasan o que os pássaros haviam dito, mas o menino insistiu tanto que afinal ele falou:
- O primeiro pássaro estava dizendo que no tempo em que fores rei haverá grande regozijo entre os pássaros que comem frutas, pois os jardins e os hortos serão abandonados e os pássaros poderão alimentar-se em paz. Ninguém os incomodará porque todo o povo destas terras terá ido embora. Ninguém quererá viver sob um reinado tão impopular.
- Que dizia o outro pássaro? – perguntou Hasan.
- O segundo pássaro disse que ele também ficara contente, pois haverá muitos gafanhotos para comer. Não haverá gente suficiente para atear fogo nos campos e afugentar os gafanhotos quando eles chegarem – foi a resposta do mestre.
No dia seguinte chegaram a um oásis onde os camelos estavam bebendo. Quando os viajantes tiraram os seus cantis os camelos começaram a fazer ruídos, como resmungos, entre si. O ancião sorriu ao escutá-los.
O que estão dizendo os camelos? – perguntou o príncipe.
A principio o mestre não quis responder, mas Hasan insistiu e finalmente conseguiu que falasse:
- Eles estão se queixando porque quando fores rei haverá tanta gente aqui dando de beber aos animais e preparando-se para abandonar o país para viver em outro lugar que será muito difícil para eles virem beber – disse o mestre.
O príncipe e o ancião seguiram viajando por alguns dias até que pararam ao pé de uma montanha muito alta onde, sobre uma ponta rochosa, havia um ninho e filhotes de águia.
Ao aproximar-se, puderam ouvir a águia piando a seus filhotes, e o ancião traduziu:
- Ela está dizendo a seus filhotes que quando ficarem adultos e tu estiveres no trono deverão caçar ovelhas nos reinos vizinhos, pois as daqui estarão magras e fracas. As cobras e as lagartixas tomarão sol entre as ruínas da tua capital, e a grande mesquita estará vazia às sextas-feiras, quando tu fores rei. A menos...
O mestre parou de falar, mas Hasan lhe disse:
- Por favor, dize-me o que disse a águia.
- Ela disse que se corrigires tua conduta agora, e melhorares dia a dia, então teu nome será querido e teu reino será grande e feliz.
O príncipe não falou, mas o mestre viu que ele estava refletindo sobre tudo que havia ocorrido.
- Voltamos agora ao palácio para continuarmos com nossos estudos? – perguntou o mestre.
Hasan concordou.
Regressaram pelo mesmo caminho que tinham ido, e o mestre se alegrava em ver que seu aluno era a cada dia mais amável e reflexivo. Finalmente Hasan parecia haver compreendido o que significavam as suas lições e agora realmente se esforçava por aprender.
O ancião foi ver a rainha e falou:
- Agora eu posso partir, pois o príncipe está se preparando para transformar-se em rei. Será um bom soberano, porque agora sabe que antes de poder governar os outros ele deve ser capaz de governar a si mesmo.
A rainha, encantada, ofereceu-lhe um posto na corte, mas ele disse:
- Não. Tenho que continuar meu caminho, pois ainda tenho muito trabalho a fazer.
Quando chegou o tempo em que se tornou rei, Hasan recordou as coisas que seu mestre lhe havia ensinado, e governou bem e sabiamente até o final de sua vida.
Extraido do livro: Historias da Tradição Sufi
Ed.: Dervish
O Visitante de Longe
Uma vez, de um mundo que está além das estrelas, um homem saiu do país da Luz, para resgatar da Terra uma jóia preciosa que estava sob a guarda de uma perigosa serpente.
Quando chegou ao país onde estava a jóia, mudou as feições do rosto com o objetivo de que as pessoas do lugar não percebessem que vinha de outra parte e se pusessem na defensiva. Mas, como tinha que se alimentar como eles e estava em sua atmosfera, caiu também em estado de sono e esqueceu sua missão.
Encontrou outras pessoas que o reconheceram e o advertiram, mas não conseguiu evitar isso.
Agora, no país da Luz, seu pai se deu conta do que acontecera a seu filho e enviou-lhe depressa uma mensagem, dizendo-lhe que despertasse e continuasse sua tarefa.
A mensagem sacudiu o homem, em cuja mente começou a aflorar a lembrança de sua origem. Acordou. Resgatou a jóia e matou a serpente.
Depois, voltou e mudou as feições do rosto de acordo com as pessoas do país da Luz. Quando chegou em casa, reconheceu suas origens com maior clareza do que quando vivia aí.
Extraído de 'O Sufismo no Ocidente'
Edições Dervish 1984
17 novembro 2010
O anuncio...
“Ó povo deste lugar! Querem conhecimento sem dificuldade, verdade sem falsidade, realização sem esforço, progresso sem sacrificio?”
Logo juntou-se um grande número de pessoas com todo mundo gritando:
“Queremos, queremos!”
“Era só pra saber”, disse o mullá. “Podem confiar em mim, contarei a vocês tudo a respeito caso algum dia descubra algo assim.”
30 outubro 2010
O Kashkul
- Como te atreves – disse o rei, - tu, um homem insignificante, a interromper os passos de teu soberano?
- E tu - replicou o dervixe, - como podes ser um soberano se nem ao menos consegue encher meu ‘kashkul’, a tigela que uso para mendigar?
Ele ergueu o ‘kashkul’ e o rei ordenou que o enchessem de ouro. Mas à medida que o enchiam de moedas elas desapareciam, e o ‘kashkul’ parecia estar sempre vazio. Trouxeram-lhe fardos de ouro, e a surpreendente tigela os devorava.
- Parem! – gritou o rei. – Este ilusionista está esvaziando meu tesouro.
- Tu achas que estou esvaziando teu tesouro – observou o dervixe, - mas outros acham que estou simplesmente demonstrando uma verdade.
- Que verdade? – perguntou o rei.
- A verdade de que ‘kashkul’ representa os desejos do homem, e o ouro o que se dá ao homem. A capacidade do homem para devorar não tem fim se ele não se transformar. Olha, o ‘kashkul’ comeu quase toda a tua riqueza, mas continua sendo uma casa de coco cortada, não se alterou em nada pela natureza do ouro. Se desejas, entra no ‘kashkul’ – continuou o dervixe. – Ele te devorará também. Como, diante disso, pode um rei pensar que é importante?
Extraído do livro: ”Historias da Tradição Sufi”
13 setembro 2010
Um Noviço Reclama a Seu Sheik Das Tentações Do Demônio
O diabo colocou suas mãos sobre minha vida temporal, porém deixou livre a via do espírito; assim, tomei a firme resolução de ser fiel a religião.
Extraído do livro: "A Linguagem dos Passáros" de Attar
20 agosto 2010
As Longas Colheres
Um dia ele mandou anunciar por toda parte que daria a maior e mais bela festa de seu reino. Toda a corte e todos os amigos do rei foram convidados.
Os convidados, vestidos nos mais ricos trajes, chegaram ao palácio, que resplandecia com todas as suas luzes.
As apresentações transcorreram segundo o protocolo, e os espetáculos começaram: dançarinos de todos os países se sucediam a estranhos jogos e aos divertimentos mais refinados.
Tudo, até o mínimo detalhe, era só esplendor. E todos os convidados admiravam fascinados e proclamavam a magnificência do rei.
Entretanto, apesar da primorosa organização da festa, os convidados começaram a perceber que a arte da mesa não estava representada em parte alguma.
Não se podia encontrar nada para acalmar a fome que todos sentiam mais durante à medida que as horas passam.
Essa falta logo se tornou incontrolável.
Jamais naquele palácio nem em todo o país aquilo havia acontecido.
A festa não parava de esforçar-se para atingir o auge, oferecendo ao público uma profusão de músicos maravilhosos e excelentes dançarinos.
Pouco a pouco o mal-estar dos espectadores se transformou numa surda mas visível contrariedade.
Ninguém no entanto ousava elevar a voz diante de um rei tao notável.
Os cantos continuaram por horas e horas. Depois foram distribuídos presentes, mas nenhum deles era comestível.
Finalmente, quando a situação se tornou insustentável, e a fome intolerável, o rei convidou seus hóspedes a passarem para uma sala especial, onde uma refeição os aguardava.
Ninguém se fez esperar. Todos, como um conjunto harmonioso, correram em direção ao delicioso aroma de uma sopa que estava num enorme caldeirão no centro da mesa.
Os convidados quiseram servir-se, mas grande foi sua surpresa ao descobrirem, no caldeirão, enormes colheres de metal, com mais de um metro de comprimento. E nenhum prato, nenhuma tigela, nenhuma colher de formato mais acessível.
Houve tentativas, mas só provocaram gritos de dor e decepção. Os cabos desmesurados não permitiam que o braço levantasse à boca a beberagem suculenta, porque não se podiam segurar as escaldantes colheres e não ser por uma pequena haste de madeira em suas extremidades.
Desesperados, todos tentavam comer, sem resultado. Até que um dos convidados, mais esperto ou mais esfaimado, encontrou a solução: sempre segurando a colher pela haste situada em sua extremidade, levou-a à... boca de seu vizinho, que pôde comer à vontade.
Todos o imitaram e se saciaram, compreendendo enfim que a única forma de alimentar-se, naquele palácio magnífico, era um servindo ao outro.
08 agosto 2010
Isto Também Passará
- Bem, disse o homem coçando a cabeça – não temos um lugar assim no povoado, mas estou certo de que Shakir ficará encantado de lhe brindar com sua hospitalidade esta noite.
Então o homem indicou o caminho da fazenda de propriedade de Shakir, cujo nome significa "o que agradece constantemente ao Senhor".
No caminho até a fazenda, o dervishe parou perto de um pequeno grupo de anciões que estavam fumando cachimbo e eles confirmaram a direção. Eles disseram que Shakir era o homem mais rico da região. Um dos homens disse que Shakir era dono de mais de mil vacas.
- E isso é maior do que a riqueza de Haddad, que vive no povoado ao lado.
Pouco tempo depois o dervishe estava parado em frente a casa de Shakir a admirando. Shakir, que era uma pessoa muito hospitaleira e amável, insistiu para que o dervishe ficasse por alguns dias em sua casa.
A mulher e as filhas de Shakir eram igualmente amáveis e deram o melhor para o dervishe. Inclusive, ao final de sua estadia, lhe deram uma grande quantidade de comida e água para sua viagem.
No seu caminho de volta para o deserto, o dervishe não conseguia parar de se perguntar o significado das últimas palavras de Shakir. No momento da despedida o dervishe havia dito:
- Dê Graças a Deus pela riqueza que tens.
- Dervishe – havia respondido Shakir – não se engane pelas aparências, porque isto também passará.
Durante o tempo em que havia passado no caminho Sufi, o dervishe havia compreendido que qualquer coisa que ouvisse ou visse durante sua viagem lhe oferecia uma lição para aprender, e portanto, valia a pena considerá-la. Além de tudo, essa era a razão pela qual havia feito a viagem, para aprender mais. As palavras de Shakir ocuparam seus pensamentos e ele não estava seguro de ter compreendido completamente o seu significado.
Quando estava sentado sob a sombra de um arbusto para rezar e meditar, recordou do ensinamento Sufi sobre guardar silencio e não se precipitar em tirar conclusões para finalmente alcançar a resposta. Quando chegasse o momento, compreenderia, já que havia sido ensinado a permanecer em silêncio e sem fazer perguntas. Para tanto, fechou a porta dos seus pensamentos e submergiu sua alma em um estado de profunda meditação.
E assim se passaram mais cinco anos, viajando por diferentes terras, conhecendo pessoas novas e aprendendo com suas experiências no caminho. Cada nova aventura oferecia uma lição a ser aprendida. Entretanto, como requeria o costume Sufi, permanecia em silêncio, concentrado nas ordens do seu coração.
Um dia, o dervishe voltou a Colinas Arenosas, o mesmo povoado onde havia passado alguns anos antes. Se lembrou de seu amigo Shakir e perguntou por ele.
- Está vivendo no povoado ao lado, a dez milhas daqui. Agora trabalha para Haddad – respondeu um homem do povoado.
O dervishe lembrou surpreendido que Haddad era o outro homem rico da região. Contente com a idéia de voltar a ver Shakir outra vez, se apressou para ir ao povoado vizinho. Na maravilhosa casa de Haddad, o dervishe foi bem recebido por Shakir, que agora parecia muito mais velho e estava vestido em andrajos.
- O que lhe aconteceu? – quis saber o dervishe.
Shakir respondeu que uma enchente três anos antes o havia deixado sem vacas e sem casa; assim ele e sua família se tornaram empregados de Haddad, que sobreviveu à enchente e agora desfrutava da posição de homem mais rico da região. Entretanto, esta alteração na sorte não havia mudado o caráter amistoso e atencioso de Shakir e de sua família.Cuidaram amavelmente do dervishe na sua cabana durante os dois dias e lhe deram comida e água antes dele sair. Na despedida, o dervishe disse:
- Sinto muito pelo que aconteceu com você e sua família. Mas sei é que Deus tem um motivo para aquilo que faz..
- Mas não se esqueça, isto também passará.
A voz de Shakir ressoou como um eco nos ouvidos do dervishe. O rosto sorridente do homem e seu espírito tranqüilo não abandonavam seu pensamento.
- O que ele quer dizer com esta frase desta vez?
O dervishe sabia agora que as últimas palavras de Shakir na sua visita anterior se anteciparam às mudanças que ocorrerem. Mas dessa vez, se perguntava o que poderia justificar um comentário tão otimista. Assim deixou a frase de lado outra vez, preferindo esperar pela resposta.
Passaram meses e anos, e o dervishe, que estava ficando velho, continuou viajando sem nenhuma intenção de parar.
Curiosamente, suas viagens sempre o levavam de volta ao povoado onde vivia Shakir. Assim sendo, demorou sete anos para voltar a Colinas Arenosas e Shakir estava rico outra vez. Agora vivia na casa principal da propriedade de Haddad e não na pequena cabana.
- Haddad morreu há dois anos – explicou Shakir – e, como não tinha herdeiro, decidiu deixar sua fortuna para mim como recompensa dos meus leais serviços.
Quando estava terminando sua visita, o dervishe se preparou para a viagem mais importante de sua vida: cruzaria a Arábia Saudita para fazer sua peregrinação a pé até Meca, uma antiga tradição entre seus companheiros. A despedida de seu amigo não foi diferente das outras vezes. Shakir repetiu sua frase favorita:
- Isto também passará.
Depois da peregrinação, o dervishe viajou à Índia. Ao voltar a sua terra natal, Pérsia, decidiu visitar Shakir mais uma vez para ver o que havia acontecido com ele. Assim, mais uma vez se pós em marcha para Colinas Arenosas. Mas em vez de de encontrar seu amigo Shakir, lhe mostraram uma humilde tumba com a inscrição "Isto também passará". O dervishe ficou ainda mais surpreendido do que das outras vezes, quando o próprio Shakir havia pronunciado estas palavras.
- As riquezas vem e as riquezas se vão – pensou o dervishe – mas, como pode trocar um túmulo?
A partir de então o dervishe adquiriu o costume de visitar a tumba de seu amigo de tantos anos e passava algumas horas meditando na morada de Shakir. Entretanto, em uma de suas visitas o cemitério e a tumba haviam desaparecido, arrasados por uma enchente. Agora, o velho dervishe havia perdido o único vestígio deixado por um homem que havia marcado tão excepcionalmente as experiências de sua vida. O dervishe permaneceu durante horas nas ruínas do cemitério, olhando o chão fixamente. Finalmente, levantou a cabeça em direção ao céu e então, como se houvesse descoberto um significado mais elevado, abaixou a cabeça em sinal de confirmação e disse:
- Isto também passará.
Finalmente o dervishe ficou muito velho para viajar, decidindo se fixar e viver tranqüilo e em paz pelo resto de sua vida.
Os anos se passaram e o ancião se dedicava a ajudar a quem se acercava dele para os quais aconselhava e a compartilhar suas experiências com os jovens. Vinha gente de todas as partes para beneficiar-se de sua sabedoria. Finalmente, sua fama chegou até o grande conselheiro do rei, que casualmente estava buscando alguém com grande sabedoria.
O fato era que o rei desejava que lhe fizessem um anel. O anel teria de ser especial: devia ter uma inscrição de tal forma que quando o rei se sentisse triste, olhasse o anel e ficaria contente e se estivesse feliz, ao olhar o anel se entristeceria.
Os melhores joalheiros foram contratados e muitos homens e mulheres se apresentaram para dar sugestões sobre o anel, mas o rei não gostava de nenhuma. Então o conselheiro escreveu para o dervishe explicando a situação, pedindo ajuda e o convidando para ir ao palácio. Sem abandonar sua casa, o dervishe enviou sua resposta.
Poucos dias mais tarde, um anel foi feito com uma esmeralda e foi entregue ao rei. O rei, que havia estado deprimido por vários dias, mal o recebeu, botou o anel no dedo e olhando-o, deu um suspiro de decepção. Logo começou a sorrir e, pouco depois, ria às gargalhadas.
No anel que usava estavam escritas as palavras "Isto também passará".