05 abril 2009

A Mulher e o Ser Espiritual

Vejamos o velho conto da mulher e o ser espiritual.

Era uma vez uma pobre mulher que ajudou a um ser espiritual disfarçado, dando-lhe hospitalidade quando outras pessoas o haviam
botado para fora.

Quando se retirou da casa da mulher ele falou:

- Amanhã, procure realizar tua primeira tarefa durante o dia todo.

Ela pensou que era uma estranha forma de mostrar agradecimento, mas, em seguida esqueceu o assunto.

No dia seguinte um mercador trouxe para a mulher um pequeno carretel de fibra de ouro e pediu para que ela lhe bordasse uma capa, pois bordar era seu trabalho, quando conseguia ter algum.

Então ela desenrolou o fio de ouro e bordou a roupa.

Quando terminou, viu que tinha ainda mais fio de ouro no chão do que quando havia começado seu trabalho.

Quanto mais enrolava o fio de ouro numa bola, mais fio aparecia. Enrolou o dia inteiro e a noite tinha uma grande quantidade de ouro. Por tradição, o fio restante pertencia a bordadeira.

Vendeu este fio de ouro, e com o dinheiro pode reconstruir sua casa e mobiliá-la, assim como estabelecer-se com um bom negócio.

Como é natural, os vizinhos sentiram curiosidade, e ela lhes contou como havia mudado a sua sorte e como tudo tinha acontecido.

Algum tempo mais tarde, um mercador da mesma cidade viu e reconheceu o forasteiro com poderes mágicos do qual a mulher lhe falara e o convidou a sua loja e a sua casa. Mostrou para com o ser
espiritual uma grande hospitalidade, imitando a forma de agir das pessoas generosas, extremando inclusive suas atenções.


Pensava: “Espero que agora me toque algo a mim... E, por suposto, a todos os deste povo”. Agregou a segunda frase a seu pensamento porque, apesar de ser cobiçoso, imaginou que lembrando-se dos outros obteria algo para si, mas não obstante, estava imitando a caridade, porque não pensava que o bem dos outros equivalia a seu próprio bem, salvo com idéia posterior; mas para ele as coisas resultaram diferentes de como foram para a mulher caridosa.

Quando o forasteiro estava a ponto de partir o mercador lhe falou:

- Concede-me uma graça.

- Eu não faço tal coisa - disse o forasteiro - mas eu desejo que tua primeira preocupação de hoje dure para você toda uma semana.

O ser espiritual continuou seu caminho e o mercador se dirigiu à sua loja, aonde se propunha contar dinheiro e multiplicá-lo toda uma semana.

Ao atravessar seu próprio pátio, o mercador se deteve para beber água do poço. Tão pronto como subiu o primeiro balde cheio, se sentiu obrigado a extrair outro e mais outro e assim continuou durante toda uma semana.

A água inundou sua casa, depois a de seus vizinhos e finalmente todo o povoado, provocando quase sua ruína...

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